A Calopsita Cinza “Silvestre” é o padrão de cor encontrado na natureza, foi a partir da criação desse padrão em cativeiro que foram obtidas todas as mutações que conhecemos hoje.
Além dos termos cinza e silvestre, algumas pessoas também chamam de comum, normal, natural.
Nesse padrão machos e fêmeas nascem iguais, com a cor predominante cinza, patas e bico escuros, possuem uma barra lateral branca nas asas, mancha alaranjada na bochecha e uma pequena infiltração de amarelo na face e topete.
Quando o macho faz sua primeira troca de penas, por volta dos 6 meses de idade, sua face e crista ficam mais amarelas, as fêmeas mantém a predominância cinza, como mostram as figuras abaixo.
A calopsita cinza é muito importante geneticamente, pois geralmente são exemplares maiores e mais saudáveis, é comum utilizar os cinzas para melhorar as características físicas de outras mutações, segue um exemplo de como podemos fazer isso.
Vamos supor que queremos melhorar a qualidade dos lutinos, eliminar a careca e melhorar o porte.
Para isso podemos montar dois casais, de preferência que não sejam parentes, pois para chegarmos no resultado final, vamos cruzar os filhotes deles também.
O ideal seria pegar dois machos lutinos com as melhores características físicas possíveis e formar casal com duas fêmeas cinzas.
Como a mutação lutina é sexo-ligada, nascerão machos cinza portadores de lutino e fêmeas lutinas, aí separamos os melhores filhotes de cada casal e depois cruzamos na próxima temporada.
Na próxima temporada, quando esses filhotes estiverem com 1 ano, vamos ter casais de machos cinzas portadores de lutino com fêmeas lutinas, este casal já vai ter chances maiores de ter filhotes lutinos, pois poderão nascer lutinos machos e fêmeas nesse caso.
Se quisermos melhorar uma mutação que não seja sexo-ligada, como o arlequim ou prata recessivo, podemos fazer o mesmo procedimento, porém na primeira geração só vamos ter filhotes cinza portadores da mutação escolhida.
Só teremos filhotes da mutação arlequim ou prata recessivo na segunda geração, após cruzar esses filhotes cinza portadores entre si.
Por que utilizamos fêmeas cinzas e não machos nos exemplos acima?
As fêmeas tem uma característica importante que é a incapacidade de portar uma mutação sexo-ligada, então no exemplo dos lutinos dado anteriormente, sabemos que só as características de lutino do pai que foi selecionado serão transmitidas para os filhotes.
Se fizéssemos o contrário, cruzar uma fêmea lutina com um macho cinza, teríamos que ter a certeza que este macho não porta outras mutações para não nascerem filhotes de mutações indesejadas, como pérolas e canelas sendo que o objetivo são os lutinos, e é muito difícil achar um macho que não porte nenhuma mutação sexo-ligada hoje em dia.
A partir da calopsita cinza “silvestre” surgiram todas as mutações que conhecemos hoje, segue abaixo a linha do tempo dos surgimentos delas.
1ª – Arlequim , Estados Unidos em 1949.
2ª – Prata recessivo , Nova Zelândia em 1950.
3ª – Lutino , Estados Unidos em 1958.
4ª – Pérola , Alemanha em 1967.
5ª – Canela , Bélgica em 1967.
6ª – Cara Branca , Holanda em 1969.
7ª – Fulvo Bronze , Estados Unidos em 1971.
8ª – Prata Dominante , Reino Unido em 1979.
9ª – Pastel Face , Reino Unido final dos anos 80.
10ª – Bochecha Amarela sexo ligada , Europa final dos anos 80.
11ª – Esmeralda , Estados Unidos anos 80.
12ª – Bochecha Amarela dominante , Estados Unidos início anos 90.
13ª – Bochecha Dourada , Estados Unidos início anos 90.
14ª – Bochecha Dourada , Estados Unidos início anos 90.
15ª – Cream Face , África do Sul início anos 2000.
As calopsitas já eram criadas em cativeiro antes dos anos de 1900, porém foi a partir de 1950 com surgimento da mutação arlequim que sua criação se popularizou.
Podemos perceber que a partir de 1950 as outras mutações começaram a surgir rapidamente graças ao aumento da quantidade de criadores e a evolução do estudo da genética.
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